O grupo cristão Trilo, formado por JP, Nick e Salomão do Reggae, refletiu sobre a forma de alcançar pessoas para Cristo através de novos sons e estilos musicais, em entrevista ao Guiame na Expoevangélica 2024, em Fortaleza.
O Trilo aborda temas atuais, como inclusão social, preconceito, aceitação, comportamento, cidadania, entre outros assuntos, baseados na Palavra de Deus. Para eles, a harmonia dos sons e ritmos que apresentam pode ter um alcance maior de pessoas para Jesus.
“É uma musicalidade, que para a igreja hoje acaba sendo diferente. Mas é uma musicalidade brasileira. Então, não é uma banda que vem só para fazer sucesso e expandir o conteúdo, mas é uma missão que traz a possibilidade de qualquer jovem fazer música original para Cristo”, disse Salomão.
“É muito importante porque a gente sabe que tem muita gente que gosta de estilos diferentes. E por que a gente não trazer essa musicalidade para a honra e glória de Deus? Então, eu também estou sendo abençoado pelo Trilo e sei que muita gente também vai gostar”, relatou JP.
E Nick acrescentou: “Eu acho que a nossa sintonia, não só como cantores, mas como amigos, transmite algo diferente. Eu acredito que isso chama a atenção das pessoas, e até aqueles, que talvez não se identificam com a musicalidade ‘comum’ da igreja. A nossa intenção é que a nossa música chegue à maioria das pessoas, mas já ficamos muito contentes de comunicar essas pessoas que nos ouvem”.
‘A igreja precisa ir’
Na conversa, Salomão, que tem uma história de evangelismo entre pessoas vulneráveis e marginalizadas, compartilhou sua visão sobre como acredita que os cristãos deveriam enxergar a evangelização.
“O Evangelho precisa se colocar no lugar do outro, ser a resposta à dor do outro. Então, se a gente não observar as dores, as pessoas, os dramas, não vamos conseguir propor a cura”, declarou ele.
E continuou: “Cada cura tem uma linguagem, às vezes a gente [os cristãos] só chega falando ‘Jesus’, Ele é a cura para tudo, mas cada dor tem uma linguagem. Então, precisamos transliterar para conseguir chegar com a mensagem de Cristo para uma pessoa que está faminta e aidética. Independente da dor, precisamos nos colocar neste lugar, chorar com os que choram e é o que eu venho fazendo há anos como Salomão do Reggae”.
O cantor e compositor foi alcançado por Cristo aos 11 anos, desde então, prega o Evangelho de forma autêntica e chama atenção por suas composições poéticas.
“Eu tenho músicas que as pessoas escutam e falam: ‘Esse cara já usou muita droga’. E eles descobrem que o Senhor me trouxe para o Evangelho com 11 anos e eu nunca usei nada. ‘E como ele escreveu isso?’. Eu fui amar as pessoas que usavam, fui ouvir as pessoas que usavam. A igreja precisa fazer mais isso, ouvir”, declarou Salomão.
Durante a entrevista, o Trilo destacou um testemunho onde, através da originalidade da banda, Deus os usou para impactar famílias.
“Nós temos uma música chamada “Jeitinho Down”, é uma música criada para pessoas com Síndrome de Down. É uma música a partir da igreja para quem está vivendo essa situação”, explicou Salomão.
“Nós recebemos inúmeros testemunhos de pais e pessoas agradecendo: ‘Poxa, ninguém nunca cantou isso de maneira bela e agradável. Essa é a música do meu filho e tem juntado à família à mesa’. Então, isso é o Evangelho, por que o evangélico não pode ser poético?”, acrescentou.
“Queremos estar com mais pessoas para levar a Palavra de Deus da forma que sentimos. Eu acredito que a verdade alcança as pessoas, então esse é o momento do Trilo”, disse Nick.
Assista a entrevista no Guiame:
Religiosidade
Falando sobre a internet, o grupo refletiu sobre como a geração Z pode se posicionar nas mídias sociais como proclamadores do Evangelho.
“Hoje, a rede social é uma grande rua. Então, eu vejo que o cristão, seja de qualquer idade, precisa parar de usar a rede como se fosse uma armadilha. Mas, usar a rede como um pescador, onde irá pescar, influenciar e atuar com o Reino ali”, disse Salomão.
O Trilo também falou sobre os desafios que enfrentam devido à mentalidade religiosa da Igreja.
“Hoje, qualquer coisa diferente sofre resistência pela mentalidade religiosa: ‘Essa não é a música do culto, não é a música que adora’. Então, a gente enfrenta talvez não resistência, mas essa mentalidade”, explicou Salomão.
“O Trilo precisa sempre ser didático. Então, é sempre desafiador ser Trilo em uma igreja monopolizada. É sempre desafiador ser original em ambientes que valorizam a cópia. É difícil”, acrescentou.
Salomão concluiu com uma mensagem sobre a religiosidade entre cristãos: “Nós estamos totalmente resolvidos quanto a isso, o limite é não ser libertino. Em troca de não ser religioso, você faz tanta força que passa demais. Então, o desafio é você ser coerente, ter bom senso, ser comedido e as pessoas olharem para você e falarem: ‘É diferente, mas é crente’. O desafio é esse para qualquer um, seja de terno e gravata, é que Cristo apareça mais que a sua roupa”.
Publicada por: RBSYS
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